A Corregedoria Geral da Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito
sobre o furto de 15 quilos de crack da 13ª Subdivisão Policial
(SDP), em Ponta Grossa. Em entrevista concedida com
exclusividade ao Diário dos Campos, no início da noite de ontem,
o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, e o
delegado-corregedor, Paulo Ernesto Araújo Cunha, confirmaram
que cinco policiais – uma delegada, escrivães e investigadores –
foram apontados como suspeitos do desvio. Segundo o corregedor,
todos os acusados atuavam na 13ª SDP e o crime aconteceu no
ano passado.
Eles não divulgaram os nomes dos supostos envolvidos porque o
trabalho ainda corre em segredo de Justiça, mas informaram que
dois policiais pediram licença de suas funções e os outros três
estão atuando no setor administrativo da Polícia Civil, atendendo a
medidas cautelares. Nenhum deles foi preso até agora. Hoje, os
cinco policiais estão fora de Ponta Grossa.
O relatório com 70 páginas já foi entregue ao Ministério Público
Estadual e à Justiça de Ponta Grossa há cerca de dez dias. “O que
cabia à Polícia Civil fazer, foi feito. Agora o relatório está sob
apreciação do Ministério Público”, disse o corregedor. De acordo
com ele, a droga não foi localizada, mas a investigação vai
continuar na tentativa de encontrá-la.
Os cinco policiais foram acusados por vários crimes que Paulo
Ernesto preferiu não detalhar. “Depois, isso pode alterar, então,
preferimos manter em segredo”, argumentou.
Ele considerou o resultado da investigação sobre o desvio da droga
na 13ª SDP “positivo”. O furto da droga foi descoberto há quase
seis meses e, desde então, os policiais da Corregedoria estiveram
na delegacia buscando informações sobre os suspeitos e fazendo
acareações. “Foi um trabalho de fôlego. A maior dificuldade, que
continua sendo, é localizar a droga desviada. Conseguimos chegar
aos suspeitos através de informações e de um trabalho sério de
investigação”, garante. Ainda conforme Paulo Ernesto, nenhum dos
policiais apontados confessou envolvimento no crime.Os suspeitos estão respondendo aos processos criminal e
administrativo pela Corregedoria e podem ser pesos, demitidos do
serviço público e sofrerem outras penalidades.
Maus policiais
Para o delegado Michelotto, a Polícia Civil deu a resposta que a
sociedade esperava, agora é necessário aguardar os trâmites
judiciais. “A determinação do governo é atuar contra os maus
policiais”, assegura.
Crack foi substituído por parafina
Os 15 quilos de crack foram desviados de um total de 21,
apreendidos em meados no ano passado, em Ponta Grossa, e
estavam armazenados em uma sala de acesso restrito na sede da
13ª SDP. A droga foi substituída por parafina.
A denúncia do furto do entorpecente foi feita no dia 6 de abril. Ainda
naquele dia, os três promotores das Varas Criminais – Suzane
Maria Carvalho do Prado, Vanessa Harmuch Perez Erlich e
Honorino Tremea – estiveram na delegacia para verificar a situação
e iniciar as investigações. O Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – coordenado pelo
Ministério Público Estadual – acompanhou o trabalho de apuração
sobre o crime. (E.S.)
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