Edilene Santos - Diário dos Campos
O Instituto Médico Legal (IML) recebeu quinta-feira, o corpo de uma criança de um ano e três meses, que morreu no Hospital da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira, em Ponta Grossa. Segundo familiares, o menino morreu à espera de leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no entanto, médicos do hospital teriam constatado a possibilidade de o garoto ter sido vítima de maus-tratos, por isso, pediu apoio ao IML. “Os médicos desconfiaram de violência, pois havia sinais de traumas e queimaduras nos braços. Por isso, eles não puderam atestar a morte”, disse o secretário municipal de Saúde, Erildo Müller. No fim da tarde, o órgão confirmou que o menino morreu de causas naturais e não foi vítima de violência.
“Conversei com o médico legista que examinou a criança e ele constatou que não havia lesões aparentes, a não ser feridas antigas decorrentes de picadas de inseto”, disse o delegado Maurício Souza da Luz, da 13ª Subdivisão Policial (SDP). O Conselho Tutelar também foi acionado para verificar a situação e informou à autoridade policial que a hipótese de morte violenta poderia ser descartada.
O pequeno Gustavo Emanuel Flávio Scolareki era filho de Jennifer Adrieli Rodrigues Fernandes – uma menina de apenas 14 anos. A reportagem do DC conversou com a mãe dela (avó da criança falecida). Leila de Fátima Rodrigues relatou que o garotinho começou a passar mal no fim da manhã de quarta-feira, em casa, na Vila Cinto Verde. “Ele começou a vomitar, teve convulsões e chegou a desmaiar”, disse. Diante desse quadro, a família acionou o Samu. Os socorristas prestaram os primeiros atendimentos e levaram a criança inconsciente e recebendo oxigênio até o hospital. Isso era por volta do meio-dia.
Segundo Leila, Gustavo ficou no setor de emergência aguardando a transferência. Somente por volta de 22 horas é que o hospital informou ter conseguido uma vaga em UTI num hospital de Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. “Enquanto isso, ele só foi piorando”, disse. A morte foi constatada às 9 horas desta quinta-feira.
Leila comentou que a família é sempre acompanhada pelo Conselho Tutelar devido à sua filha ter sido mãe muito cedo. “Nós somos vigiados o tempo todo lá em casa e nunca fizemos mal ao menino”, afirmou.
Regional de Saúde confirma que não havia ambulância
O chefe da 3ª Regional de Saúde, Jaime Menegoto Nogueira, confirmou que não havia ambulância disponível para transportar o menino Gustavo Emanuel Flávio Scolareki a Campo Largo. “Quando se trata de suporte avançado quem libera o transporte é a regulação em Curitiba. Como as nossas ambulâncias estavam transportando outros pacientes, não foi possível fazer no tempo hábil”, disse.
O secretário municipal de Saúde, Erildo Müller, contou que a criança precisava de um leito de isolamento, pois estava com infecção. Segundo ele, no Hospital Bom Jesus – que possui três UTI’s pediátricas – os leitos não são de isolamento. “Nós fizemos no Hospital da Criança tudo o que podia ser feito para manter a criança viva, mas ela já chegou em estado bem grave”, contou. (E.S.)
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