Ela tem 24 anos, é revendedora, mora num dos bairros de Guarapuava e é mãe de dois filhos. Uma pessoa comum com a qual podemos nos deparar diariamente, de forma anônima, pelo caminho. A diferença é que essa mulher engrossa a triste estatística da violência contra a mulher revelada diariamente pelos Boletins de Ocorrência da Polícia Militar e que dominam a pauta de programas policiais na imprensa. A pedido não vamos revelar o seu nome e nem o bairro onde mora porque nesse local todos a conhecem e sabem do seu drama, como ela fez questão de dizer à Rede Sul de Notícias.
Ela está sendo agredida verbal e fisicamente pelo ex-companheiro que agora também a ameaça de morte. Ela não pode mais sair de casa e está perdendo o curso no qual está matriculada. "Não posso sair, pois ele invade a minha casa e quando me vê me bate", diz. A última agressão ele, que é viciado em drogas e em bebida alcoólica, a espancou e a estuprou na frente do filho mais novo com um ano e meio de idade. Foi após deixar a Delegacia da Mulher para registrar a queixa que a mulher entrou em contato com a RSN para contar o seu drama.
"Eu tinha 16 anos de idade quando me apaixonei e corri atrás até ficar com ele. Mas em seguida, quando já está grávida do primeiro filho (hoje com 8 anos) vi que ele não prestava", relata. Viciado em drogas, o companheiro passou a exigir dinheiro, a agredi-la, até que foi preso. "Eu sempre trabalhei para sustentar a casa, mas ele me roubava. Até que não aguentei mais e me mandei", conta. A jovem foi para Curitiba em busca de trabalho, mas não aguentou e teve que retornar. Quando o ex-companheiro soube do seu retorno passou a procurá-la. "Não aguento mais ser agredida por ele. No último final de semana ele arrombou a casa, entrou, me bateu e me estuprou na frente do nosso filho mais novo e garante que vai me matar. Consegui escapar e fui pra casa da minha mãe, agora vou morar com meu irmão. Tenho muito medo", diz. A mulher diz que registrou queixa na polícia, mas que ninguém consegue pegar o agresso porque ele sempre consegue fugir.
Embora não haja uma estatística sobre os números da violência contra a mulher em Guarapuava, segundo a escrivã Magda Bastos, o caso relatado pela jovem é uma amostra do que acontece todos os dias no município. Para comprovar, basta ver os boletins de ocorrências da Polícia Militar. Nesta quinta -feira (29), por exemplo, outra vítima que teve como agressor o próprio marido, chamou a polícia após ser espancada durante uma discussão. A mulher, que mora no Bairro São Cristóvão, disse que o marido bateu a sua cabeça contra a parede. Ela chamou a PM e o agressor foi preso.
RSN
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