Um homem de 32 anos foi ferido a tiros, no início da tarde de ontem, em Ponta Grossa. Célio Roberto Martins, que trabalha em uma multinacional, recebeu um tiro na cabeça e outro na mão esquerda, depois de um desentendimento com outras duas pessoas. O crime aconteceu na Rua Prefeito Campos Mello, Bairro Nova Rússia, pouco antes das 13h30, e chamou a atenção de moradores e pessoas que passavam pela região. A suspeita é de que Célio tenha participado de um assalto, momentos antes.
Célio foi socorrido por equipes do Siate e do Samu no local e, posteriormente, encaminhado ao Hospital Bom Jesus, em estado grave. A Polícia Militar informou, no início da noite desta terça-feira, que ele estava em estado de coma.
Uma testemunha disse ao Diário dos Campos que Célio era o motorista do Volkswagen Gol, placas MVX-4781, que estava com mais dois ocupantes. O veículo parou na rua e começou uma discussão. “De repente, o homem que estava no banco da frente efetuou dois disparos contra o motorista”, contou o morador. Depois, os ocupantes tiraram Célio para fora do veículo, puxaram uma bolsa preta que ele segurava e fugiram. Com o motorista, os policiais encontraram a carteira com documentos e mais de R$ 900 em dinheiro. A PM apurou que o carro pertence a Célio e o endereço é do Jardim Los Angeles.
Os atiradores deixaram no local uma blusa e um par de chinelos. Por conta dessas pistas, um cão de faro foi levado ao local do crime para tentar rastrear os criminosos. A cadela Babalu, do Canil do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), percorreu várias ruelas do Bairro Boa Vista, região conhecida por Cracolândia, mas ao chegar em um esgoto, acabou perdendo o faro. Mesmo assim, diversos policiais civis e militares permaneceram naquela área até a noite, buscando localizar os suspeitos.
Assalto
Ainda não se sabe o que teria motivado a tentativa de homicídio, mas há uma forte suspeita de que Célio teria participado do assalto
ao Mosteiro da Ressurreição, ocorrido cerca de uma hora antes dos disparos. De acordo com o sargento Valter, a hipótese surgiu devido a proximidade de horário em que os fatos ocorreram, ao carro usado no assalto (testemunhas viram um veículo prata saindo do mosteiro) e a bolsa preta. “Talvez tenham se desentendido na hora de dividir as coisas”, comentou.
O monge Dom Bento contou como aconteceu o assalto. Um dos bandidos entrou na loja do Mosteiro, perguntando se o local recebia jovens. A atendente disse que sim e, imediatamente, o criminoso apontou um revólver e a rendeu.
Em seguida, apareceu o outro bandido, também armado. “Um dos assaltantes ficou com um hóspede enquanto o outro ficou circulando pelo mosteiro, rendendo quem encontrava. Ele dizia que queria dinheiro e que não chamássemos a polícia”, disse. Alguns irmãos foram trancados num quarto e outras pessoas amarradas em uma sala.
Os assaltantes, que não esconderam o rosto, disseram que havia mais dois bandidos os aguardando do lado de fora. “O assalto aconteceu no nosso horário de descanso. Quando eles souberam que havia mais 40 monges, recuaram, pegaram o dinheiro e foram embora”, contou. Foram roubados R$ 260 em dinheiro, um celular e uma bolsa preta.
Esta foi a quarta vez neste ano que o Mosteiro da Ressurreição foi alvo dos bandidos. “Só que desta vez foi pior. Eles chegaram apontando armas de fogo. Das outras vezes, foram furtos”, diz Dom Bento.