Patrícia Biazetto – Diário dos Campos
Os pais de Larissa Rodrigues dos Santos, 10 anos de idade - que morreu no
domingo após ser agredida pela madrasta, Dilma de Oliveira Ribas - foram
ouvidos ontem na 13ª Subdivisão Policial (13ª SDP). Eles tiveram acesso,
ainda ontem, ao prontuário médico, que foi fornecido pelo Hospital Santa Casa
de Misericórdia, responsável pelo atendimento da menina e que é acusado de
negligência pela família da vítima, já que a mesma permaneceu cerca de seis
horas dentro da casa hospitalar e foi liberada, sendo que no dia seguinte, veio
a falecer.
Regina Dobzinski e Valdomir Rodrigues dos Santos, pais de Larissa, foram os
primeiros a serem ouvidos. Segundo o delegado Flávio Zanin, que instaurou
inquérito policial para investigar o caso, diz que nas próximas oitivas estão
incluídos funcionários do Hospital Santa Casa, outros familiares de Larissa,
como também pessoas que tiveram envolvidas na situação. Ele solicitará nos
próximos dias a prorrogação da conclusão do inquérito por mais 10 dias. “Por
conta do desdobramento do inquérito solicitarei a prorrogação do prazo, já que
serão necessárias outras diligências”, diz.
A mãe de Larissa espera que o responsável pelo atendimento médico da filha
seja punido. “Acredito que permanecer apenas seis horas dentro do hospital no
caso dela foi pouco tempo. Em nenhum momento o médico disse que ela tinha
traumatismo craniano. Apenas receitou medicamento para dor e pediu para
voltar em sete dias”, conta. Além disso, ela diz que na data de ontem apenas
teve acesso ao prontuário médico após a imprensa ser acionada.
A avó da garotinha, Daluz Aparecida Eurick, ainda emocionada, revela que a
madrasta já tinha ameaçado as enteadas há aproximadamente um mês. “Ela
disse para o pai das meninas que tiraria a coisa mais importante da vida dele.
Nós estávamos preocupados, mas a gente sabia que era ele quem pegaria
elas no terminal. Outro fato que nos preocupa é essa bandida ser solta”, afirma.
A mulher também lamenta o atendimento médico dispensado à neta. “A gente
fica pensando que ela poderia estar viva. Para mim não resta dúvida que houve
negligência”, comenta. Segundo ela, a imagem da neta, que todos os dias a
visitava com um raminho de flores, não sai da memória. “A saudade dói, é
imensa, mas esperamos que a justiça seja feita”, conclui.
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