Desentendimento entre duas famílias que vinha transcorrendo
há mais de dois anos resultou na morte de Daniele Padilha, 27
anos, às 11 horas de ontem. A morte da jovem, entretanto,
parece não ser o desfecho das confusões. Uma hora depois de
policiais militares e civis terem deixado o local, o pai da vítima,
Antônio Roque Carneiro Gonçalves, foi tirar satisfações com o
pai do autor, fazendo ameaças, segundo a queixa levada ao
Centro de Operações da Polícia Militar. O homicida, Luís Rangel,
20 anos, já teria passagens pela polícia quando adolescente. Ele
não havia sido encontrado até o encerramento desta edição.
As famílias residem na Rua Catuaba, Parque Castanheira, em
casas próximas. Pela manhã, segundo testemunhas, Daniele e
Luís Rangel discutiram. Ela entrou na casa e o rapaz invadiu o
terreno e atirou pela janela da residência (número 214) no
momento em que Daniele adentrava a cozinha. Ela recebeu três
tiros de revólver cujo calibre não fora identificado.
Na casa e no mesmo cômodo encontravam-se os quatro filhos
de Daniele, crianças de dois, três, seis e sete anos. A mãe de
Daniele, Rosa Padilha, encontrava-se no banheiro. “Eu ouvi os
tiros, mas pensei que fossem bombinhas. De repente, meus
netos começaram a gritar e chorar. Quando saí (do banheiro), vi
a menina caída, sangrando.”
Versão 1
Familiares do autor, residentes no número 199, declaram que
Daniele costumava provocar Luís Rangel e também outros
membros da família. Conta uma das irmãs do homicida que
Daniele avançou em sua mãe e agrediu sua avó com uma
enxada em determinada ocasião.
Os vizinhos não se manifestaram. Apenas um morador próximo
comentou que as duas famílias constantemente estavam em
desavença. Ninguém apontou o motivo. Os parentes de Luís
Rangel dizem que foi por banalidades entre Daniele e Luís
Rangel. Os entes dele não mencionaram outros motivos.
Versão 2
A mãe da vítima, Rosa Padilha, destaca que tudo é por causa do
terreno em que ela tem a casa. “O pai dele (Rangel) se acha o
dono do terreno. Ele quer o terreno. Eu não saio daqui. Por isso
tudo começou. Porque a família dele (Rangel) quer o meu
terreno”.
Os Padilha residem há 12 anos no imóvel e diz ter toda a
documentação. A questão da propriedade já motivou ações
judiciais, que ainda estão em trâmite.
Casos de agressões contra Daniele foram levados à Delegacia
da Mulher. “Eu tenho os boletins de ocorrências. Já foram feitas
audiências, mas nada ficou resolvido. A delegada tinha
conhecimento de que Luís Rangel prometia matar a minha
filha”, desabafa Rosa Padilha.(Diário dos Campos)
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