sábado, janeiro 01, 2011

Encrenca acaba em morte

Desentendimento entre duas famílias que vinha transcorrendo
há mais de dois anos resultou na morte de Daniele Padilha, 27
anos, às 11 horas de ontem. A morte da jovem, entretanto,
parece não ser o desfecho das confusões. Uma hora depois de
policiais militares e civis terem deixado o local, o pai da vítima,
Antônio Roque Carneiro Gonçalves, foi tirar satisfações com o
pai do autor, fazendo ameaças, segundo a queixa levada ao
Centro de Operações da Polícia Militar. O homicida, Luís Rangel,
20 anos, já teria passagens pela polícia quando adolescente. Ele
não havia sido encontrado até o encerramento desta edição.
As famílias residem na Rua Catuaba, Parque Castanheira, em
casas próximas. Pela manhã, segundo testemunhas, Daniele e
Luís Rangel discutiram. Ela entrou na casa e o rapaz invadiu o
terreno e atirou pela janela da residência (número 214) no
momento em que Daniele adentrava a cozinha. Ela recebeu três
tiros de revólver cujo calibre não fora identificado.
Na casa e no mesmo cômodo encontravam-se os quatro filhos
de Daniele, crianças de dois, três, seis e sete anos. A mãe de
Daniele, Rosa Padilha, encontrava-se no banheiro. “Eu ouvi os
tiros, mas pensei que fossem bombinhas. De repente, meus
netos começaram a gritar e chorar. Quando saí (do banheiro), vi
a menina caída, sangrando.”
Versão 1
Familiares do autor, residentes no número 199, declaram que
Daniele costumava provocar Luís Rangel e também outros
membros da família. Conta uma das irmãs do homicida que
Daniele avançou em sua mãe e agrediu sua avó com uma
enxada em determinada ocasião.
Os vizinhos não se manifestaram. Apenas um morador próximo
comentou que as duas famílias constantemente estavam em
desavença. Ninguém apontou o motivo. Os parentes de Luís
Rangel dizem que foi por banalidades entre Daniele e Luís
Rangel. Os entes dele não mencionaram outros motivos.
Versão 2
A mãe da vítima, Rosa Padilha, destaca que tudo é por causa do
terreno em que ela tem a casa. “O pai dele (Rangel) se acha o
dono do terreno. Ele quer o terreno. Eu não saio daqui. Por isso
tudo começou. Porque a família dele (Rangel) quer o meu
terreno”.
Os Padilha residem há 12 anos no imóvel e diz ter toda a
documentação. A questão da propriedade já motivou ações
judiciais, que ainda estão em trâmite.
Casos de agressões contra Daniele foram levados à Delegacia
da Mulher. “Eu tenho os boletins de ocorrências. Já foram feitas
audiências, mas nada ficou resolvido. A delegada tinha
conhecimento de que Luís Rangel prometia matar a minha
filha”, desabafa Rosa Padilha.(Diário dos Campos)

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