terça-feira, fevereiro 24, 2009

Prevenção faz cair número de afogamentos no litoral do PR

O trabalho preventivo realizado pelos 500 guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, que participam da Operação Viva o Verão, fez cair de forma acentuada o número de mortes por afogamento nos 70 quilômetros de praias do Litoral do Paraná. No ano passado, foram registradas 17 mortes e este ano, sete. Em compensação, aumentou o número de advertências aos banhistas desavisados do perigo ou que se arriscam um pouco mais. Foram cerca de 120 mil “apitaço” e advertências, contra 111 mil no ano passado. O apito é usado toda vez que o banhista se afasta da orla ou que está em área próxima de uma corrente marítima, que pode levá-lo mar adentro, ou em locais de grande profundidade. Até agora os guarda-vidas realizaram mais de 1,2 mil salvamentos. Este número é superior ao do ano passado, quando foram registrados 887 salvamentos. O tenente Leonardo Mendes dos Santos considera, no entanto, que o número de pessoas no litoral do Paraná cresceu este ano.PREVENÇÃO – O tenente contou que o trabalho preventivo começa com uma conversa de orientação aos banhistas que se arriscam mais. Eles são orientados em relação aos riscos, ao local impróprio que esteja entrando sem perceber. “Quando não existe a possibilidade de conversar com o banhista, o salva-vidas apita e indica com a nadadeira o lugar onde ele deve ir para evitar o perigo. Este aviso sonoro é chamado de advertência”, explicou. Segundo o oficial, todas as advertências são anotadas e computadas, para que o Corpo de Bombeiros possa avaliar o resultado de seu trabalho durante a Operação Viva o Verão. A estatística e a estratégia usada pelos guarda-vidas paranaenses têm servido de referência para bombeiros de outros Estados.“O Corpo de Bombeiros passou, de uns anos pra cá, a fazer as anotações das advertências, apitadas, orientações e das conversas com banhistas, de maneira que pudéssemos perceber que a prevenção reduz o número de salvamentos e afogamentos”, relatou. Por isso, foi constatado estatisticamente a eficiência do trabalho preventivo. “Ano a ano, vemos mais advertências, mais orientações e menos mortes por afogamento”, acrescentou. JET SKI – A motonáutica (jet ski) também tem papel importante na prevenção de afogamentos e acidentes na praia. Ela é usada tanto para o patrulhamento preventivo, quanto para socorrer alguma vítima que esteja afastada da orla. “A moto é muito ágil, não tem perigo de ferir a vítima por funcionar por turbina e não por hélice. Assim, a vítima é alcançada rapidamente e salva com maior facilidade”, garante o tenente Leonardo. O sargento Sérgio Santos Silva, que pilota uma motonáutica, disse que por várias vezes se deparou com situações de salvamento. “Numa delas, no posto da Universidade Federal do Paraná-Litoral, fazia o patrulhamento quando me deparei com um guarda-vidas fazendo o salvamento de três jovens (dois rapazes e uma moça). Eles haviam caído no alagamar, mas foram todos salvos”. Ele destaca que sempre que salva uma vida sente-se feliz em ver o alívio e a alegria da pessoa salva e de seus familiares e amigos. “Fica a sensação do dever cumprido. A gente só lamenta que as mortes poderiam ser evitadas se as pessoas ouvissem mais nossas orientações. Mas existe sempre aqueles mais arredios, que preferem se arriscar”. O soldado Wellington Ferreira Lemos, que pelo segundo ano participa como guarda-vidas da Operação Viva o Verão, conta que realizou oito salvamentos e fez o resgate de quatro banhistas que estavam com minipranchas e não conseguiam retornar a praia. Usou o apito mais de 50 vezes. “A gente sente na pele a árdua missão que temos de salvar vidas. Felizmente, a maioria dos banhistas colabora com o nosso trabalho. É pena que exista uma minoria que abusa do perigo”, disse. O tenente Leonardo garante que toda pessoa que não respeita as orientações e advertências se transforma em um ‘potencial afogado’. “No entanto, sabemos que os jovens masculinos são os que mais se arriscam. E é para este banhista que os bombeiros dão maior atenção, justamente pelo risco de afogamento que correm. As crianças e idosos também correm risco, quando não tem capacidade de reação para enfrentar uma onda maior. Porém, quanto mais idade tem, significa mais responsabilidade. Ele se expõe menos”.

Fonte: AEN

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