Justiça cassa mandato do prefeito de Tibagi

O prefeito de Tibagi, Sinval Silva (PMDB), está
novamente com seu mandato ameaçado. Na última
terça-feira, a juíza substituta Júlia Barreto Campêlo,
da 48ª Seção Judiciária, com sede na Comarca de Telêmaco
Borba, julgou procedente uma ação que pede a impugnação
de seu mandato. O motivo seriam irregularidades
cometidas durante a campanha eleitoral do ano passado.
Sinval deve recorrer ainda hoje e, por enquanto,
permanece no cargo.
A ação foi ajuizada pelo ex-prefeito José Tibagy de
Mello (PTB), candidato derrotado nas eleições do ano
passado. Ele elencou uma série de denúncias, sendo que a
juíza acatou três delas. A primeira por conta da
distribuição de uniformes escolares durante o período
eleitoral, a segunda pela construção de uma casa para
uma eleitora e a terceira pela distribuição de 16 lotes
no distrito de Caetano Mendes. A magistrada entendeu que
tais ações caracterizaram captação ilícita de sufrágio,
ou compra de votos.
Ontem, Sinval esteve em Curitiba, onde conversou com
advogados. Ele garantiu estar tranquilo e hoje deve
protocolar recurso contra a decisão. “Vamos vencer mais
essa. Nós ganhamos essa eleição nas urnas, pelo voto do
povo, de forma íntegra, limpa, e estamos fazendo um belo
trabalho nessa segunda gestão”, destacou o prefeito, que
se diz perseguido pelos opositores desde o primeiro
mandato. A exemplo de casos similares, ele deve
permanecer no cargo até que o processo seja julgado em
última instância.
Quanto às denúncias, o prefeito diz que elas não têm
fundamento. No caso dos uniformes, ele alega que a
distribuição era feita pelo Provopar todos os anos e
nada tinha a ver com atitude eleitoral. Em relação à
construção da casa, o fato já havia motivado uma decisão
desfavorável no final do ano passado. Entretanto, o
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acatou seu recurso,
considerando improcedente a denúncia. Sobre a
distribuição dos lotes, Sinval diz que ela aconteceu
entre o final de 2007 e o início de 2008. “Foi bem antes
do período eleitoral”.
Para o prefeito, o momento é realmente muito difícil
porque atrapalha a rotina de atividades. “Enquanto eu
deveria estar trabalhando, buscando recursos para
efetivar os projetos que beneficiam os cidadãos, preciso
sair do gabinete e perder tempo lutando contra essa
decisão. Mas tenho a consciência limpa e posso dizer com
orgulho que minha administração não é de perseguição”,
finalizou, ressaltando também que toda sua equipe e os
servidores devem manter os trabalhos em ritmo normal.

DC