terça-feira, outubro 23, 2012

Família vela mulher supostamente viva

Fábio Matavelli




O marido de Roseli, Jamiro Pereira, acredita que sua mulher ainda estava viva no caixão


A família de Roseli Aparecida Pereira, de 42 anos, que faleceu no último sábado, no Hospital Municipal Amadeu Puppi em Ponta Grossa, em decorrência de uma parada cardíaca, desconfia que ela ainda estava viva no velório. Segundo o marido de Roseli, Jamiro Pereira da Silva, durante o velório, ele notou que a mulher respirava e partes do seu corpo estavam quentes. "Tenho receio de que ela estava em coma no hospital e foi dada como morta", afirma.
"Eram duas e meia da madrugada de sábado para domingo e eu estava no velório com meu filho mais novo. Escutei dois gemidos dela no caixão, levantei e coloquei a minha mão em sua testa. Neste momento, ela gemeu pela terceira vez", diz.
Segundo Jamiro, depois de algumas horas, familiares de Roseli chegaram ao velório e também notaram algo estranho em seu corpo. "Minha sobrinha pegou na mão dela e reparou que não estava totalmente gelada. Os dedos da mão não estavam rígidos e partes de seu corpo, como os braços, estavam quentes e moles", relata.
O marido de Roseli conta que por volta das 13 horas de domingo colocou o celular no nariz de Roseli e viu que a 'respiração' dela ficou marcada na tela do aparelho. "Nós também colocamos a mão no pescoço dela e notamos que havia batimento".
No mesmo momento, a família acionou o Serviço de Atendimento Móvel e de Urgência (Samu) para constatar se realmente Roseli estava morta. "O Samu levou 40 minutos para chegar até o local e quando chegou ela já estava morta. Se eles não tivessem atrasado, talvez alguma coisa poderia ser feita", lamenta.
De acordo com a diretora do Samu, Ângela Bastos, Roseli sempre esteve morta. "Nós enviamos uma equipe no local acompanhados de um aparelho chamado desfibrilador que mede os batimentos cardíacos. O exame mostrou que realmente ela estava morta", afirma.
Em relação aos sintomas que o corpo de Roseli apresentou durante o velório, Ângela Bastos explica que é normal o organismo liberar gases quando começa a se decompor. "Logo que a pessoa morre, o organismo libera gases que refletem na musculatura. Muitas vezes acontece da pessoa abrir os olhos, mexer o braço, dando a impressão de que ainda está viva", explica. "Não é a primeira vez que familiares nos chamam afirmando que os entes que faleceram ainda estão vivos. Nós sempre vamos aos locais para verificar", completa.
Segundo o diretor técnico do Hospital Municipal, Pedro Ricardo Compasso, o corpo de Roseli foi levado para o necrotério do hospital. "O hospital constatou a morte de Roseli e a levou direto para o necrotério. Ela já estava em fase de câncer terminal e faleceu em decorrência de uma parada cardíaca. O fato dos familiares pensarem que ela estava viva pode estar associado à uma questão emocional", diz.
"É muito triste saber que eu perdi uma companheira, nós éramos muito unidos. Era uma excelente esposa", lamenta Jamiro ao dizer também que Roseli deixou três filhos, um menino de 15, uma menina de 12 e o mais novo de cinco anos.

 Pacientes formam filas para atendimento no HM
No final da manhã de ontem, uma fila de pacientes para consulta se formou no Hospital Municipal. A informação foi repassada ao Jornal Diário dos Campos por Odete Aparecida Stadler. Segundo ela,  seu marido, Pedro Lione Stadler precisou de uma consulta pois estava com crises de desmaios e apresentava fraqueza. "Não sei precisar o número de pessoas que estava na fila para consultar. Mas eram muitas, inclusive, algumas estavam até deitadas no chão. Saímos do hospital sem consultar", diz. De acordo com Odete havia dois médicos de plantão no hospital.
Segundo o diretor da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico da UEPG (Fauepg), Everson Krum, os pacientes são classificados em urgência e emergência. "Talvez esse paciente não tenha preenchido os critérios de classificação de risco, isso significa que a preferência no atendimento foi dada para outros pacientes que correram risco como derrame, por exemplo.

DC

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