quarta-feira, janeiro 30, 2013

Sanfona de músico morto foi achada na cozinha de boate de Santa Maria


Gaiteiro Danilo Jaques era integrante da banda Gurizada Fandangueira.
Incêndio na boate Kiss matou 235 pessoas em Santa Maria.

Tahiane StocheroDo G1, em Santa Maria

Sanfona e documentos apreendidos na boate foram levadas à delegacia  (Foto: Tahiane Stochero/G1)Sanfona e documentos apreendidos na boate foram levadas à delegacia (Foto: Tahiane Stochero/G1)













A sanfona do gaiteiro Danilo Jaques foi encontrada pela perícia na cozinha da boate Kiss, emSanta Maria. O músico da banda Gurizada Fandangueira é um dos 235 mortos na tragédia. O instrumento, uma lanterna e um fichário com documentos da boate foram levados à 1ª Delegacia de Polícia nesta quarta-feira (30).
Depois de passar pela perícia o material foi levado à polícia para servir como prova na investigação. O fichário continha nomes e endereços de funcionários da casa noturna. Segundo o delegado Marelo Arigony, a boate será fechada com um tapume nesta quarta-feira (20).
Investigação da tragédia
O delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29) que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado em local fechado, durante o show na boate Kiss, em Santa Maria (RS). O equipamento teria provocado o incêndio que deixou 235 mortos na madrugada de domingo (27).
O delegado Marcelo Arigony elencou uma série de elementos que contribuíram para que a tragédia ocorresse, como falhas na iluminação de emergência, espuma inadequada para recobrir a danceteria, além de extintores irregulares.
Segundo Arigony, o extintor de incêndio que estava na boate e falhou quando os seguranças tentaram apagar o fogo pode ser falsificado.“Segundo testemunhas e provas preliminares, os extintores podem ser falsos, pois não estavam funcionando, não funcionavam direito”, disse.
Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo (27), durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
Quatro foram presos nesta segunda-feira após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação. O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
Na manhã de segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".
ARTE ESTATICA (resumo do caso) 620 (Foto: Editoria de Arte / G1)


 

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