sábado, fevereiro 09, 2013

REBOUÇAS: Crianças podem ter sido vítimas do próprio professor


Kelly Ramos

Uma escola, local onde os pais deixam seus filhos com tranquilidade, pode ter sido palco para uma série de crimes na região. Numa comunidade do interior de Rebouças, um professor da rede municipal de ensino está sendo investigado por supostamente ter abusado sexualmente de suas alunas, na faixa etária entre sete e doze anos. Os casos chegaram até a justiça através de uma senhora, que ao saber dos episódios pelas próprias vítimas, se revoltou.
A mulher, que não será identificada na reportagem, conta que a mãe de três meninas, sendo uma de doze, uma de dez e outra de sete, carpe o seu lote e as crianças a acompanham. Numa oportunidade, uma delas revelou que o professor pedia abraços e que colocava as mãos por dentro da sua roupa, inclusive em regiões íntimas. A mesma história foi contada pelas outras duas. A menor chegou a relatar que ele esfregava o seu rosto em seu pescoço.
Segundo o Conselho Tutelar do município, as meninas de 10 e 12 anos foram ouvidas e apontaram que mais crianças da escola teriam sofrido abuso. Todas as mencionadas também estão sendo escutadas e passarão por consultas com um psicólogo. 
As três irmãs pertencem a uma família carente, que vive apenas do trabalho diário da mãe, limpando lotes e com o auxilio de bolsas de assistência do governo federal. “A mãe delas é bem humilde. O povo ‘dos mato’ tem medo de fazer justiça. Mas, eu não acho justo ele fazer isso com as crianças”, comenta a denunciante, que mesmo não sendo alfabetizada, demonstra conhecimento das formas de procurar pelos direitos das menores. 
O caso foi encaminhado ao Ministério Público, que solicitou à Polícia Civil que instaurasse inquérito para apurar a situação. Ainda foi pedida a prisão preventiva do professor. O juiz substituto da Comarca, Jorge Anastácio Kotzias Neto, em medida cautelar determinou que a Prefeitura de Rebouças afaste o professor da escola onde leciona.
As crianças relataram que sentiam medo do professor, mas que não sabiam que ele estava fazendo algo de errado contra elas. Como sua mesa era alta e fechada na frente, o educador supostamente pedia para as crianças levarem a lição até ele, onde pedia abraços e com elas próximas colocava as mãos por dentro da blusa e calça, inclusive comentando como os seios das meninas estavam se desenvolvendo. 
Os abusos estariam acontecendo há um bom tempo na escola. Segundo a mãe das meninas, ela ficou sabendo dos casos após as crianças contarem para a senhora que ela trabalha. “Tem muita gente que está falando essas histórias por aí. Ele fez isso com outras crianças também”, relatou.
A reportagem da Folha, mesmo possuindo a identidade de todos os envolvidos no caso e o local onde os crimes contra as menores estariam ocorrendo, não divulgou para preservar a identidade das vítimas. O processo tramita em segredo de justiça.

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