O advogado de Leandro Schmidt, piloto do carro de onde saiu a peça que matou um menino de 11 anos no arrancadão em Ivaí, nos Campos Gerais, no último domingo, culpou a organização da prova pela tragédia. Schmidt prestou depoimento na manhã de ontem na Delegacia de Imbituva e responderá em liberdade até a conclusão das investigações. Segundo o delegado Agostinho Musselini Jr, o piloto afirmou que acelerava no momento do acidente, mas estava em baixa velocidade. “O carro é modificado para esse tipo de competição. No momento que o motor estragou ele estaria acelerando para manter o motor funcionando”, disse o delegado.
O advogado do piloto, Hélio Ivan Veiga, reclamou da falta de segurança no local. De acordo com ele, o carro tinha de passar no meio do público durante o retorno. “O povo chegava inclusive a tocar no carro. Deveria haver uma melhor organização para isolar o público”, afirmou. “Aconteceu com ele, mas poderia ter acontecido com qualquer outro piloto”. Segundo Veiga, o motorista, que concorria pela categoria Street Opala, já tinha participado de mais de 30 competições desse gênero.
No dia da prova, Schmidt correu em três provas. Até o fim da competição, o veículo não tinha apresentado problemas. “O carro estava ok. O próprio mecânico dele [do piloto] fez inspeção e estava tudo certo”, disse Veiga.
O secretário municipal de Esportes de Ivaí e um dos organizadores do evento, Eradi Borges, contestou a acusação de falta de segurança e diz que houve falha do piloto. “Já tinha acabado a prova. Ele não estava retornando, ele foi pela contramão”, afirmou. “A federação dizia que aquela rua só descia e não podia subir. Era só para o retorno dos carros para os boxes. Ele não atendeu ao regulamento”.
Segundo o secretário, o acidente ocorreu do lado de trás da arquibancada, que seria fechada, e havia uma divisão no local de aproximadamente oito metros. Mas reconhece que havia pessoas próximas do carro no momento do acidente. “O povo é curioso. Mas só que ele ficou patinando no lugar, arrancava e segurava”. Já para Veiga, não havia outro lugar para o piloto, que iria guardar o carro, fazer o retorno. “O único lugar que ele tinha para levar o carro até o caminhão que iria guardar era por ali”, comentou.
O advogado e a prefeitura esperam o resultado das investigações e os laudos de criminalística. No início da semana, a delegacia de Imbituva encaminhou ofício para ouvir outras testemunhas do acidente e o mecânico da equipe.
Natália Cancian, especial para a Gazeta do Povo
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