Um verdadeiro arsenal de guerra foi apreendido pela Polícia Civil, na manhã de ontem, em Piraí do Sul. As 1,6 mil munições dos mais diversos calibres – inclusive de uso restrito das Forças Armadas e para fuzis –, além de muitos
sacos de chumbos, pólvoras, espoletas e carregadores, estavam escondidas em uma agropecuária, localizada na Avenida David Federmann, Bairro Ronda. O dono do estabelecimento e um vendedor foram presos em flagrante e levados para a delegacia junto com o material.
De acordo com o delegado Jairo Duarte de Camargo, o arsenal estava dividido nas prateleiras e ficava entre os produtos agropecuários vendidos na loja. “Alguns ainda eram disfarçados dentro de latas, encobertas com papel. As latas estavam cheias de munição”, revelou. Segundo ele, em caso de incêndio no estabelecimento, o risco de explosão seria imenso e poderia causar um enorme estrago.
As munições serviam para armas longas e curtas e algumas têm venda proibida no Brasil, como a de calibre 44. “São vários calibres, como 12, 20, 16, 28 e 38, e também 762, que é para fuzil. Esta 762 é uma das que mais chama a atenção porque tem um poder de fogo maior e é usada nas guerras do tráfico em favelas do Rio de Janeiro”, disse o delegado. Além das munições, os policiais também apreenderam cadernos com anotações de venda da loja. Eles apontam que José Roni Carneiro, 42 anos, vendia munições ao menos desde 2004. Na chácara de José Roni, a polícia encontrou ainda uma espingarda.
À reportagem do Diário dos Campos, o proprietário informou que estava comercializando o arsenal há apenas um ano. “Eu sei que é errado”, resumiu. De acordo com a autoridade policial, o acusado preferiu não se manifestar durante o interrogatório.
Investigação A agropecuária foi abordada pela equipe comandada pelo delegado Jairo na manhã desta quinta-feira, após dois meses de investigações. “Recebemos a informação de que havia uma pessoa comercializando munições em certo local, mas antes de verificarmos, esse ponto foi fechado. Aí hoje [ontem] soubemos que estava funcionando na agropecuária”, contou.
A Polícia Civil acredita que o dono do comércio fazia recargas de munição e que o material apreendido tenha vindo do Paraguai. O próximo passo das investigações é descobrir quem entregava o material para o dono da agropecuária e, na sequência, quem eram seus clientes.
Crimes José Roni foi autuado em flagrante pelos crimes de comércio ilegal de munição, posse de munição de calibre restrito e posse ilegal de arma de fogo. O vendedor da agropecuária, Diego da Silva Brito, 20, também foi preso e levado à delegacia. Ele acabou autuado por comércio ilegal de munição. Os dois estão recolhidos em uma das celas da delegacia de Piraí.
Segundo Jairo, o arsenal será encaminhado para a perícia do Instituto de Criminalística e, após o fim do processo judicial, deverá ser entregue ao Exército para destruição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário