Uma pessoa foi presa pela Polícia Federal em Ponta Grossa, acusada de integrar quadrilha especializada em roubo de caminhões e cargas que agia em várias partes do Brasil. A Operação Lixa foi deflagrada na manhã de ontem para o cumprimento de 28 mandados de busca e apreensão, 14 de prisão preventiva e 17 de condução coercitiva em oito Estados. No Paraná, a ação foi realizada apenas em Ponta Grossa. A PF de São Paulo informou que duas pessoas foram presas na cidade, mas a Delegacia local confirmou apenas uma prisão.
De acordo com o delegado Antônio Marcos Bassani, o homem de 42 anos foi detido em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela Vara Criminal da Comarca de Paranaíba (MS). No momento da abordagem, ele estava com um revólver calibre 38 sem registro e seis munições. Por isso, também acabou autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. O nome do acusado não foi divulgado, bem como o bairro onde ele mora. Por enquanto, ele deve ficar em Ponta Grossa, à disposição da PF e da Justiça.
Segundo Bassani, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão feito na cidade, foram apreendidos quatro automóveis com suspeita de terem sido adquiridos mediante crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Os veículos foram encaminhados ao pátio da Delegacia da PF, de Ponta Grossa, e serão submetidos a exames periciais para verificar adulteração de sinais identificadores.
Ainda de acordo com o delegado da PF, também foram apreendidos no município documentos diversos, marcadores alfanuméricos em aço destinados a adulteração de chassi e agregados veiculares, placas em alumínio com gabaritos para a marcação de chassis e placas veiculares.
Segundo a PF de São Paulo, até o fim da tarde desta terça-feira, a Operação Lixa não havia sido concluída, restando o cumprimento de duas prisões. Até então, haviam sido apreendidos, no total, 36 veículos pesados, entre ônibus e caminhões. De acordo com a Polícia Federal, o chefe da quadrilha foi preso em Campinas (SP).
Além de Ponta Grossa, foram cumpridos mandados em Sumaré, Mogi Mirim, Jundiaí, Louveira, Várzea Paulista e Paulínia (SP); Lages (SC); Paranaíba (MS); Uberlândia, Uberaba e Ituiutaba (MG); Inhumas e Goiânia (GO); Palmas (TO) e Xinguara (PA).
Nesta terça-feira, as pessoas detidas começaram a ser ouvidas. A polícia espera que as declarações devem esclarecer vários casos de roubos de caminhões e cargas e apontar por quanto tempo a organização criminosa vinha agindo no país.
Os envolvidos no esquema serão indiciados, de acordo com as devidas participações, pelos crimes de roubo, quadrilha, receptação, adulteração de sinais identificadores e modificação de sistemas de informação sem autorização. As penas passam de oito anos de reclusão.
Como a organização agia
A Polícia Federal iniciou a investigação há cerca de um ano e meio e foi apurado o envolvimento da organização criminosa, desmantelada ontem, em roubos e receptações de cargas, caminhões e carretas. A quadrilha ainda confeccionava sinais identificadores falsos e aliciava servidores do Departamento de Trânsito (Detran) para fornecimento de informações de veículos para clonagem e para inserção clandestina de dados de veículos com adulteração de chassis.
A PF de São Paulo informou que a quadrilha era ramificada, sendo cada setor responsável por um tipo de ação. Por exemplo, parte do bando praticava os roubos enquanto outro grupo destinava as cargas e assim por diante. Todos atuavam de forma interligada.
(Fonte: Diário dos Campos)
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