Um garoto de 17 anos, acusado de homicídio e de sequestro em Prudentópolis, na região central do Paraná, com passagens pelo Centro Socioeducação (Cense) do Núcleo Pitangui, por roubos, é o principal suspeito do assassinato do catador de papéis Thiago José dos Santos, 22, ocorrido na noite dessa segunda-feira, num barraco na Rua Teixeira de Macedo, na divisa dos bairros 26 de Outubro e Olarias. As investigações também apontam o envolvimento dele na morte do pedreiro Everton Luiz da Silva, 30, ocorrida na quarta-feira (22) da semana passada, na Rua Theodoro Kluppel. Thiago era primo de Kethelyn, viúva de Everton. Ele foi morto, segundo testemunhas, porque teria indicado aos amigos do pedreiro, que queriam se vingar, onde ficava a casa dos pais do adolescente. "No domingo, à tarde, a residência desse menor foi apedrejada. Os pais deles, com medo, se mudaram do bairro. Mas ele disse que voltaria aqui para a vila para acertar as contas", conta um morador ouvido pelo Diário dos Campos. "Tem mais gente que vai morrer. Essas gangues estão brigando e a maioria dos seus integrantes anda com revólver. É bom a polícia aparecer aqui mais vezes para evitar uma carnificina", complementa. Por motivo de segurança, a fonte não será identificada pelo jornal. A promessa efetivamente se confirmou às 19h40. Thiago e mais três colegas encontravam-se na casa de um homem conhecido pelo apelido de Boi, quando o adolescente invadiu-a e pediu para que todos erguessem o boné para que pudesse identificá-los. Ao visualizar o catador, realizou três disparos, atingindo-o na cabeça, pescoço e tórax. Em seguida fugiu do local. "Ele (o menor) foi bastante frio. Os outros rapazes pediram para que não matasse o Thiago, que desse umas coronhadas na cabeça dele, mas ele não levou em consideração os apelos", comenta o investigador Franz Charles, da Seção de Investigações e Capturas (SIC). O corpo de Tiago chegou ao necrotério do Instituto Médico Legal por volta das 22 horas. O velório aconteceu na capela São José. O sepultamento ocorreu na tarde dessa terça-feira no cemitério Vicentino. Ontem, também, a Polícia Civil localizou a residência dos pais do adolescente e os intimou a comparecer na delegacia para prestar informações sobre o paradeiro do filho. Morte de pedreiro sob investigação
A morte do pedreiro Everton Luiz da Silva, 30, pode ter um segundo envolvido, segundo informaram os policiais da Seção de Investigações e Capturas (SIC). Os três tiros que o atingiram teriam sido disparados pelo adolescente apontado como sendo o autor da morte de Tiago. Quem o acompanhava seria Deirik Ribeiro Batista, 20. Deirik e Everton tinham brigado uma semana antes. Deirik se apresentou na sexta-feira, dia 24, na 13ª SDP, alegando inocência. Afirmou que na manhã do crime encontrava-se na área central da cidade, numa farmácia, onde comprou remédio para uma de suas irmãs. Quando retornava para casa, foi abordado na rua por um colega que o alertou que os parentes da vítima o incriminavam. Ele deverá ser convocado para novo interrogatório.
Família abandona casa
O crime mobilizou boa parte da estrutura de socorro e de segurança do Município. Pelo menos três ambulâncias do Siate e do Samu, mais o carro de comando do 2º Grupamento, se dirigiram ao local, considerado de difícil acesso. Chovia forte, havia muita lama e as ruas encontram-se em péssimo estado de conservação. Viaturas da Polícia Militar realizaram rondas no bairro, mas não encontraram o assassino. Familiares de Tiago saíram do bairro numa viatura descaracterizada da Polícia Civil. Foram para casa de outros parentes e, segundo a delegacia, temem retornar à região.
DC
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