sábado, fevereiro 13, 2010

Policiais civis entram em greve a partir do dia 20

Os policiais civis prometem cruzar os braços a partir do dia 20. A decisão pela greve foi definida em assembleias realizadas nesta semana em Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá. De acordo com o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, os servidores de Ponta Grossa também devem aderir ao movimento. "Desde setembro estamos negociando com o governo para o cumprimento do Decreto 5.721, de novembro de 2005. Nos reunimos com a Secretaria de Segurança Pública e com a Secretaria de Administração e Previdência, mas o governo só protela", critica o presidente do Sinclapol, André Gutierrez. O decreto prevê reestruturação da carreira e aumento salarial.

De acordo com Gutierrez, a "classe recebeu como uma ofensa" ofício encaminhado em janeiro pela Secretaria de Administração sobre o pedido feito pelos policiais. "O governo disse que a aplicação do decreto dependia de discussões técnicas internas. Não é possível que em quatro anos eles não tenham concluído os estudos".
Segundo o presidente do Sinclapol, dos 3 mil policiais civis, 900 continuarão trabalhando, já que 30% do efetivo precisam continuar prestando os serviços. "O IML [Instituto Médico Legal] vai funcionar, já o restante dos serviços como emissão de documentos, confecção de BOs [Boletins de Ocorrência], investigação, vistorias e perícias serão afetados. Além disso, os investigadores que trabalham como agentes de carceragem vão parar", garante Gutierrez.
Indagado sobre como vai ficar a segurança da população com a greve, o presidente do Sindicato é categórico. "Veja o que aconteceu nesta semana com os policiais trabalhando: rebeliões e fugas em várias cadeias. Então há vários problemas, não só o desrespeito com o policial civil, mas a superlotação das cadeias", diz.
Gutierrez afirma que a efetivação do decreto 5.721/2005 dará melhor qualidade de vida ao policial, com aumento de salário, e, consequentemente, quem ganhará é a população. "Não entendemos porque para a Polícia Militar o governo deu aumento de 217% enquanto que para nós, em sete anos, apenas 57%. Além disso, servidores de nível superior têm uma discrepância grande. O investigador recebe R$ 1.955 e o policial militar, R$ 4.086".

Governo estuda viabilizar aumento salarial
A Secretaria de Estado da Administração e Previdência (Seap) emitiu nota sobre os benefícios que o governo teria concedido aos policiais civis nos últimos sete anos. Segundo a Seap, os três cargos do quadro da Polícia Civil com maior número de servidores - investigador, escrivão e papiloscopista - têm hoje remuneração inicial 57% superior à de sete anos atrás.
Para este ano, as Secretarias da Administração, do Planejamento e da Fazenda já estão acompanhando a relação entre projeção da receita para o exercício e a arrecadação efetivamente realizada, bem como a evolução da folha de pagamento do Executivo. Esse acompanhamento tem foco também em criar condições para viabilizar compromissos como ampliação dos quadros, principalmente para a saúde, e revisão geral dos salários.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública, por sua vez, disse que não vai se pronunciar a respeito da paralisação.

JMNEWS

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