Os policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar executaram, na manhã de ontem, a ordem de reintegração de posse na área de fazenda ocupada por manifestantes do Movimento dos Sem Terra (MST), na região do Botuquara em Ponta Grossa.
Segundo a PM, dez policiais foram suficientes para a retirada dos integrantes do Movimento. Uma tropa de reserva ficou de sobreaviso no quartel, caso houvesse resistência por parte do MST. Entretanto, a saída do grupo foi pacífica. Após a leitura do mandado, houve uma conversa e os manifestantes aceitaram deixar o local e começaram a desmontar os barracos. De acordo com a PM, cerca de 30 pessoas estavam no local.
Segundo um dos líderes do MST, Joabe de Oliveira, os manifestantes deixam o local, mas não abandonam as ações. "A ideia é que a gente fique observando o resultado do julgamento sobre quem é o proprietário da área. Se a Embrapa retomar a área, nós ficamos satisfeitos. Mas, se a gente descobrir que vai ficar nas mãos do coronel [ex -tenente-coronel Valdir Copetti Neves], a gente vai reocupar o local", avisa Joabe.
Segundo ele, o grupo vai se separar a partir de agora. Uma parte vai para o Pré -Assentamento Emiliano Zapata, que fica a poucos metros da área ocupada. A outra parte dos manifestantes irá para acampamentos espalhados na região.
O ex-tenente-coronel Valdir Copetti Neves, que reivindica a posse da área chamada por ele de Fazenda São Francisco, afirma que a reintegração de posse teve um atraso, mas que o importante é que foi cumprida. "Os manifestantes saíram pacificamente, mas eu vou tomar todas as medidas cabíveis contra aqueles que eu já sei que causaram danos no local.
Além disso, o pessoal do [Assentamento] Emiliano Zapata não podia estar dando apoio a esses manifestantes, e agora eu vou trabalhar em cima desse fato", declara Copetti Neves.
Incra entrega mapa da área ocupada
Na tarde de ontem o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) entregou à 2ª Vara Federal de Ponta Grossa o mapa de georreferenciamento que será um dos itens utilizados para def inir a quem pertence a área. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recorre à Justiça Federal para retomar o local, que diz ser de sua propriedade. O Incra já declarou interesse na área para a instalação de assentamento. Mas a negociação para aquisição do espaço só pode ser iniciada após a definição sobre quem é o proprietário legítimo.
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