domingo, janeiro 17, 2010

Confronto entre presos rivais foi causa de rebelião na Penitenciária Central do Estado

Um confronto entre presos de facções rivais que estavam na mesma ala foi o principal motivo da rebelião que causou a morte de cinco detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara. Três deles morreram carbonizados e dois por agressão. Oito presos que foram encontrados feridos durante a vistoria feita por policiais de diversas unidades da PM, inclusive da Companhia de Polícia de Choque. O motim começou na noite desta quinta-feira (14), depois que os presos entraram em confronto e fizeram três agentes penitenciários reféns. Dos cerca de 1.600 detentos da PCE, aproximadamente 1.200 se envolveram de alguma forma no conflito.

O juiz corregedor dos presídios, Marcio Tokars, descartou completamente a possibilidade da rebelião ter sido causada por conta da transferência de 20 PMs do local. “Tenho plena convicção de que a rebelião aconteceu porque presos rivais tiveram a oportunidade de se encontrar e resolveram mostrar sua força. Isso aconteceria independentemente da presença de mais ou menos policiais militares no local”, disse o juiz.
A Polícia Militar do Paraná pôs fim à rebelião, sem qualquer tipo de confronto e sem que nem um tiro fosse disparado, por volta das 16h desta sexta-feira (15), quando os presos se renderam e libertaram os três agentes penitenciários feitos reféns, que tiveram ferimentos leves e passam bem. Os policiais militares continuam no local fazendo vistorias e as primeiras informações são de que diversas portas foram arrancadas e destruídas. Uma avaliação mais precisa sobre os danos causados pelos internos será divulgada assim que os trabalhos forem concluídos.
A exigência para a rendição dos presos e a libertação dos agentes penitenciários foi a confirmação de que alguns detentos, que moram em outros Estados, podem ser transferidos para penitenciárias mais próximas de suas residências, o que ficará a critério do juiz corregedor dos presídios. Os presos começaram a se entregar por volta 15h, depois de negociação com a polícia. Os detentos se entregaram em grupos de 30 e foram distribuídos em quatro pátios para facilitar a contagem, a revista e a identificação.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Luiz Rodrigo Larson Carstens, afirmou que não é verdadeira a notícia de que a rebelião teria sido iniciada por conta da transferência de alguns policiais militares que faziam guarda na Penitenciária Central do Estado. “Os policiais que de lá foram retirados reforçam o policiamento de rua e outras atividades, protegendo a população. O que aconteceu na PCE é que presos grupos rivais entraram em confronto”, explicou.
O motim foi iniciado por volta das 21h30 de quinta-feira (14), quando alguns detentos, das alas 7, 8 e 10, entraram em confronto e fizeram reféns agentes penitenciários e presos.
Participaram da negociação para que os reféns fossem libertados, e para que os presos se rendessem e liberassem a PCE para entrada da polícia, negociadores da Companhia de Polícia de Choque da Polícia Militar, além do secretário da Justiça, Jair Ramos Braga, responsável pelos presídios no Paraná, e também o juiz corregedor Marcio Tokars.
Os agentes penitenciários Emerson Batista, Justiniano França e Antonio Alves foram libertados com ferimentos leves e passam bem. Os presos feridos, um deles gravemente, foram encaminhados para hospitais da cidade. Entre os detentos mortos podem estar Elton Ricardo Salvado, Daniel Pereira da Silva e Fernando Damásio, identidades que ainda serão confirmadas em perícia do Instituto de Criminalística.









AEN

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