Vinte pessoas foram presas, 19 em Curitiba e uma em Barretos (SP), pela Polícia Federal, suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em falsificação de notas de R$ 100 e R$ 50. Ainda serão cumpridos 20 mandados de busca e apreensão.
Entre os presos, está um advogado, que já defendeu falsificadores. Os nomes dos detidos não foram divulgados pela PF. Também foram apreendidos máquinas, tintas, fitas de segurança e papel especial para a confecção das notas, além do dinheiro falso, que ainda não teve a quantia total informada.
Grana falsa valia R$ 30.
Segundo o chefe da Delegacia de Repressão Crimes Fazendários da Polícia Federal, Nilson Antunes, as investigações já estão em andamento há mais de um ano, no entanto, a quadrilha agia desde 2007, quando o Banco Central detectou o grande número de cédulas falsas no Paraná.
“O grupo usava um software, que era conhecido por eles como “receita”. Lá aprendiam a fabricar as notas com muita qualidade, usavam técnicas de serigrafia em um molde desenvolvido, possivelmente por um designer gráfico”, explicou Nilson.
Conforme informou, os falsários fabricavam de 20 em 20 cédulas e, cada lote, levava em média 16 horas para ficar pronto.
Nilson disse que necessariamente duas pessoas tinham que participar do processo de confecção das notas.
“Depois de prontas, eles trocavam algumas no comércio e a maioria era vendida a R$ 30.”
Nestes dois anos, estima-se que o grupo já tenha fabricado mais de R$ 3,5 milhões em dinheiro falso, que geraram prejuízo à população e aos cofres públicos com a entrada em circulação.
“Quando descobrimos a numeração das notas falsas, entramos em contato com o Banco Central, que prontamente nos informou que já havia apreendido cerca de 21 mil notas de R$ 100 e pelo menos 18 mil notas de R$ 50.”
Prejuízo certo pro comércio
O perito criminal federal Gustavo Ota Ueno, que analisou o material apreendido, disse que as notas possuem qualidade próxima das verdadeiras e é muito difícil para o comerciante identificar a falsificação.
“Elas são praticamente idênticas e passam em todos os testes caseiros, tanto no manuseio, verificando marcas d’água, fio de segurança, ranhura, quanto com a utilização de canetas e sistema ultravioleta.”
Porém, o sistema tem um defeito: não gera números diferentes para cada impressão. Essa seria a principal maneira de identificar as notas fabricadas por essa quadrilha.
Quando o comerciante recebe uma nota falsa e leva ao banco para fazer um depósito, ela é recolhida e ele não é reembolsado, portanto, tem que arcar com o prejuízo.
Fonte:Paraná Online/Fotos Marco Charneski
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