Gazeta do Povo
Uma família de Santo Antônio da Platina, Norte Pioneiro, teve uma dupla surpresa em menos de um dia. Eles reconheceram o corpo de um servente de pedreiro, que teria morrido em um acidente de trânsito na BR-153. Velado na madrugada do feriado de Finados, nesta segunda-feira (2), o "morto" apareceu vivo no próprio velório, surpreendendo todos os presentes.
Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram mobilizados para atender um atropelamento na BR-153. O acidente ocorreu entre um motel e um posto de gasolina, por volta das 22 horas de domingo (1º). Como de costume, a funerária de plantão foi acionada para encaminhar o corpo ao necrotério. “Trouxemos ele para o necrotério do Hospital Nossa Senhora das Graças. Aguardamos o exame de necropsia e assim que o médico-legista liberou o corpo, levamos para a funerária”, contou o gerente da funerária Rainha das Colinas, Natanael Honorato.
Logo após ser encaminhado para a funerária, uma família apareceu para reconhecer o corpo. Ademir Jorge Gonçalves, servente de pedreiro, foi reconhecido pelo ex-cunhado, pela mãe e pelo amigo com quem dividia a casa. “Então eles escolheram o valor da urna [caixão] e liberaram a gente para fazer o serviço funerário. Ao todo, o serviço ficou em, no mínimo, R$ 1,3 mil”, afirmou Honorato. Quando o corpo ficou pronto, teve início o velório, ali mesmo em um salão da funerária.
Aproximadamente cinco horas depois de iniciado o velório, perto das 8 horas desta segunda-feira (2), uma pessoa chegou e começou a falar com Honorato. “Ele se identificou como sendo o defunto e eu não sabia o que estava acontecendo. Então eu pedi para ele se encaminhar aos parentes, o velório. Os familiares dele ficaram de cabelos em pé e muito assustados”, lembrou o gerente da funerária.
Passado o susto, veio o alívio. “Assim que os familiares comprovaram que o defunto não era quem eles pensavam, foram embora”, disse Honorato. O sepultamento, que estava marcado para as 16 horas, seria agora de um rapaz indigente e não mais do servente de pedreiro Ademir Jorge Gonçalves. “O mais estranho é que todo mundo tinha reconhecido o corpo”, ressaltou o gerente. O morto não estava desfigurado e era bastante parecido com o servente de pedreiro.
Sem receber pelos serviços prestados e com um corpo em sua funerária, Honorato foi surpreendido mais uma vez por volta das 14 horas de segunda-feira, com os parentes e familiares certos do verdadeiro defunto. “Antes do sepultamento, às 16 horas, apareceu uma família de Joaquim Távora, dizendo que o morto tinha problema mental. Então, promovemos o deslocamento para Joaquim Távora e o novo enterro seria também às 16 horas”, contou Honorato.
Quem saiu no prejuízo foi a funerária, já que não recebeu de nenhuma das duas famílias pelo serviço prestado. Ninguém soube explicar a ausência do servente de pedreiro. A reportagem não conseguiu contato com nenhum dos familiares.
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