DESINFORMAÇÃO Parentes estão revoltados com “o tratamento desumano” prestado. Eles devem encaminhar denúncia ao MP Durante 17 horas, Cleonice Machado, paciente internada no Pronto Socorro Municipal (PSM) de Ponta Grossa foi dada como ‘viva’ aos familiares e internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) enquanto que, na realidade, seu corpo já havia sido encaminhado ao necrotério da instituição. Foi o filho que - num ato de desespero – ao não encontrar a mãe pelas dependências do hospital, no horário de visita, entrou no necrotério e se deparou com o corpo. A família deve fazer queixa à polícia e entrar com denúncia junto ao Ministério Público. A direção do PSM lamenta o episódio e diz que vai apurar os responsáveis pela "confusão". O cunhado de Cleonice, Ari dos Santos, na última quarta-feira – data da morte da paciente – afirma que os familiares passaram o dia no PSM, à espera de informações. "Não podíamos entrar para fazer visita na UTI. Passamos o dia em frente ao hospital até por volta das 23 horas, quando resolvemos voltar para casa. A última informação que obtivemos, nesse dia, era de que Cleonice permanecia na UTI estável". Ontem, quinta-feira, o filho de 24 anos – que não quis dar entrevista por estar emocionalmente abalado – retornou ao PSM, por volta das 7 horas. A informação era de que a mãe permanecia na UTI. "No horário da visita, por volta das 10 horas, ele subiu até a UTI, mas não conseguiu encontrar a mãe, começou a perguntar e ninguém sabia. Por conta disso, foi até a enfermaria e, num ato de desespero, resolveu entrar no necrotério. Foi aí que ele se deparou com o corpo da mãe, vítima de câncer no estômago", conta a prima, Lurdes Machado. Ao chegar ao PSM, a informação repassada à Lurdes era de que Cleonice havia falecido ainda na quarta-feira, por volta das 17h30. "Agora, eles tinham seis telefones da família para avisar. Além disso, nós estávamos aqui e ninguém comunicou sobre a morte dela", diz Lurdes. A indignação foi ainda maior porque, no hospital, ninguém soube informar a razão da falta de informação sobre o estado de saúde da paciente. "Eles simplesmente fizeram o atestado de óbito e devem ter largado em uma gaveta". Os problemas, entretanto, antecederam a morte de Cleonice. "Teve um momento que largaram minha prima no corredor do hospital, gemendo de dor. Uma das enfermeiras chegou a ser bastante estúpida, tratando minha prima com descaso. Foi muito desumano e, por isso, resolvemos falar porque não queremos que o mesmo problema aconteça com outras pessoas".
Diretor
O médico Cassiano Aparecido Dias Filho assumiu, ontem, a direção clínica do PSM, em substituição a Antonio Sobreiro, que deixa o posto após cinco anos. "Estou começando hoje e é uma pena que seja assim, fico muito triste por isso", diz. Dias Filho afirma lamentar o ocorrido, pede desculpas à família e garante que o caso será apurado. "Vamos apurar a razão desse acontecimento. Quem tiver culpa, será punido", avisa.
DC
Nenhum comentário:
Postar um comentário