sexta-feira, novembro 06, 2009

Pai e flho morrem intoxicados com jiló no interior de SP

A Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, confirmou nesta quinta-feira que duas pessoas morreram e outras duas foram contaminadas por botulismo (forma de intoxicação bacterial) no município. Os quatro casos foram confirmados por meio de exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. A contaminação ocorreu por meio do consumo de jiló em conserva. De acordo com nota divulgada pela Secretaria de Saúde, a segunda morte ocorreu nesta quinta-feira. Um rapaz de 33 anos, que foi contaminado em Rio Preto, não resistiu aos sintomas da doença e morreu hoje num hospital de Piracicaba. Ele era filho de outra vítima, um homem de 56 anos, o primeiro a sentir os sintomas. O pai foi internado, mas morreu no dia 27 de setembro, oito dias antes do filho ser internado com sintomas semelhantes. A mãe do rapaz, Jerônima Fernandes Ribeiro, 57 anos, também contraiu a doença e está internada em estado grave e respirando por aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de São José do Rio Preto. Uma amiga da família, 56 anos, também apresentou os sintomas, foi internada, mas recebeu alta. Todos teriam contraído a doença ao comer jilós em conserva numa festa de casamento. A doença foi descoberta depois que Jerônima foi internada, em 15 de outubro com os sintomas do botulismo. O botulismo é uma doença causada por uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum que, por sua vez, causa paralisia flácida (fraqueza dos músculos) e pode ser fatal, caso não seja tratada rapidamente. Entre os principais sintomas da doença estão visão dupla e borrada, pálpebras caídas, fala lenta e enrolada, rouquidão, dificuldade para engolir, boca seca, paralisia dos movimentos do pescoço e fraqueza muscular. Apesar das mortes, a Secretaria da Saúde informa que a situação está sob controle. Segundo Luciano Garcia Lourenção, coordenador da Vigilância Epidemiológica de Rio Preto, a secretaria tomou todas as medidas para prevenir novos casos da doença, mas estes não devem ocorrer. "A expectativa é de que a doença vai se estabilizar nestes quatro casos", disse Lourenção. Em nota distribuída à imprensa, a secretaria informa que os casos foram confirmados por meio de um exame laboratorial e outros fechados por critério clínico-epidemiológico. Há 30 anos não eram registrados casos de botulismo em Rio Preto. Na nota, a secretaria lembra que o botulismo não é uma doença contagiosa, mas "alerta para os cuidados com o consumo de alimentos preparados e conservados inadequadamente, que podem desencadear o desenvolvimento da toxina". A nota ainda recomenda à população para evitar preparar ou consumir conservas caseiras. "Para evitar contaminação pela toxina, a Vigilância Sanitária de Rio Preto também recomenda não comprar alimentos enlatados cujas latas estejam enferrujadas ou amassadas; não consumir produtos com cor e odor estranhos; não comprar salsichas, salsichões e lingüiças que não possuam origem comprovada, somente consumir esses produtos que tenham em suas embalagens carimbo do Serviço de Inspeção Fiscal (SIM, SISP ou SIF) e também evitar que crianças menores de um ano consumam mel, porque o produto pode ter esporos da bactéria que causa o botulismo", completa a nota.

TERRA

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