domingo, junho 21, 2009

Ex atriz do SBT relata sua vida






Ponta-grossense que trabalhou ao lado de Silvio Santos e foi playmate da revista Playboy conta sua experiência no mundo artístico.

Aos 50 anos, a ponta-grossense Eni Novakoski, mais conhecida por Novani Novakoski, que foi atriz, modelo e manequim, cantora, ajudante de palco do Silvio Santos e playmate da revista Playboy dos anos 70 e 80, irá finalmente revelar os segredos dos seis anos de carreira artística no Brasil e no exterior. Atualmente, vive em Ponta Grossa e trabalha como professora de inglês e tradutora.
Depois de um casamento desfeito, aos 15 anos de idade, Eni mudou-se para São Paulo, onde iniciou sua carreira, em 1977, através de um amigo que a levou para fazer um teste no programa e na emissora do Silvio Santos. “Na época ainda era na Vila Guilhermina, eu fiz o teste e passei. A partir daí começou a aparecer oportunidades de trabalhos como atriz, participei da novela ‘O Espantalho’, de Ivani Ribeiro na TVS”, conta.
Mais tarde foi contratada para trabalhar ao lado de Silvio Santos como ajudante de palco: “O Silvio adorava as minhas covinhas”, sorri. Atuou também como atriz na novela “Tchan A Grande Sacada” contracenando com Eva Vilma e Raul Cortês.
Questionada sobre trabalhar ao lado de Silvio Santos declarou “Foi uma experiência muito boa para minha carreira artística e um aprendizado valioso para meu crescimento humano. Nós somente víamos o Silvio na hora da gravação dos programas, pois ele era bastante reservado e quando se relacionava com o pessoal do palco era quase sempre seco e rude. No dia que sua primeira esposa faleceu, nós ficamos todos apreensivos achando que não haveria gravação do programa, mas para nossa surpresa, ele não cancelou a gravação e trabalhou como se nada tivesse acontecido. Lembro-me que na época o Gugu era ainda um menino que andava pelos corredores da TV e nos intervalos das gravações ia buscar lanche para nós na esquina do estúdio!”
Outros trabalhos realizados por Eni, além de novelas, foram como modelo e manequim. Fotografada pelo famoso fotógrafo JR Duran saiu na Playboy, em 1980. “Eu fiquei conhecida como a primeira garota que o Duran fotografou para uma revista masculina, e não somente de modas. Fui Playmate (matéria e pôster) da revista Playboy”, relata Eni.
Já com seu nome artístico definido “Novani Novakoski” atuou em 11 filmes, principalmente com o produtor A. P. Galante e Walter Hugo Khouri. “Em três deles, fui a protagonista: ‘Na Violência do Sexo’, ‘O Pensionato das Vigaristas’, ‘Os Violentadores’. O que mais me marcou foi ‘Pensionato das Vigaristas’, pois eu fazia uma detetive, estilo ‘As Panteras’, o filme todo foi gravado no Rio de Janeiro, então eu uni o útil ao agradável (sorri). Trabalhei ao lado de nomes como: Sandra Bréia, Everton de Castro, Paulo Figueiredo, Miriam Rios, Nuno Leal Maia”.
Saudosa, ela lembra de quando foi passar um fim de semana em Guarujá “não tive sossego na praia. Tempos bons!”. E ela continua “Devo dizer que sentia orgulho quando as pessoas me reconheciam na rua e vinham pedir autógrafo, principalmente quando saí no pôster e matéria da Playboy, em 1980. Era uma loucura!”.

Relacionamento
No alto de sua carreira, conheceu o produtor e distribuidor de filmes Arnaldo Zonari Filho, com quem conviveu anos de sua vida. Apaixonaram-se. “Um dia chegou para mim e disse: ‘Mulher minha não precisa trabalhar’. Me impôs que, para convivermos juntos, eu abandonasse minha carreira. Bem, como o amor nos deixa cegos, abandonei sem pensar nas conseqüências. Confiei no que ele me prometeu: nunca me abandonar, cuidar de mim, me dar todo conforto e mordomias que eu nunca tinha conhecido. Fazíamos várias viagens, nacionais e internacionais. Conheci o mundo com ele”.
Segundo Eni, viveu 8 anos com Arnaldo, até que um dia o mundo de fantasias dela começou a desmoronar. “Quisera eu saber que estava cometendo o maior erro da minha vida em deixar minha carreira por amor a um homem! Hoje ele ainda mora, com outra, na cobertura que eu ajudei a decorar, em São Paulo. E eu estou aqui dando duro na vida para pagar o pão de cada dia!”, desabafa.
Com problemas de saúde na época, fez cirurgia e retirou os ovários. Aos 22 anos Eni não podia mais engravidar, em decorrência da cirurgia começou a ganhar peso. “Meu amado, que sempre conviveu com mulheres belíssimas, não suportou o fato de viver com uma gorda, como ele me chamava, e fez o que eu jamais imaginei que faria: abandonou-me. Pior, sem nada. Por desespero, tentei o suicídio tomando uma overdose de Prozac, em Palm Springs, na Califórnia onde morava na época. Subi na calçada com o carro e fui socorrida”. Eni passou três dias na U.T.I., perdeu tudo, carreira, marido, sonhos, auto-estima, orgulho. E mais, não pôde realizar seu sonho que era ser mãe.
Devido a todos os altos e baixos de sua vida, hoje sofre de depressão crônica e síndrome
do pânico, o tratamento é feito com medicamentos fortes e devido a isso, não consegue trabalhar ministrando as aulas de inglês. “Me sinto um Zumbi, com tonturas, tremedeiras e não raciocino direito! Então vivo triste e tenho insônia. Acordo no meio da noite e fico pensando se não seria melhor morrer do que viver desta forma”, desafaba Eni.
Lembra-se de Arnaldo, o grande amor de sua vida “não tenho com quem conversar e trocar idéias sobre as atribulações diárias pois vivo sozinha. Arnaldo me dava este apoio, ainda hoje sonho com ele e choro o dia todo!”.
Hoje, Eni espera encontrar um companheiro que, segundo ela, deve ter amor e respeito ao próximo e aceitar as pessoas como são. Ser honesto, transparente, carinhoso e fiel. “O que me chama a atenção num homem é a maneira que ele se comporta e se veste. Não precisa ser uma pessoa de posses, se tiver melhor ainda (sorri). Não gosto de homem de bigode ou barba e não gosto daqueles que frequentam baladas, pois, para mim, isso indica que ele não está a fim de nada sério com ninguém”.
A fama lhe trouxe na época dinheiro, sucesso profissional e um amor frustrado. Com a experiência que tem hoje, segundo ela, faria tudo de novo. Porém, não deixaria jamais um amor mentiroso e egoísta acabar com a sua carreira. “Meu maior sonho é voltar a trabalhar em TV e cinema, e, porque não, fazendo fotos para gordinhas e comerciais em geral? Pois apesar da idade, as pessoas dizem que sou bonita e charmosa e ainda tenho talento (sorri novamente). Não posso deixar de dizer que também procuro encontrar minha alma gêmea para eu não me sentir tão sozinha, né?”, finaliza.


Texto: Silvia Costa

2 comentários:

  1. Eni não se esqueça que as coisas possíveis a gente resolve, deixe o impossível que Deus resolverá.
    fiquei muito comovido com esse desabafo, ou mmelhor relato da trajetória de sua vida, você ainda é nova
    tenha fé, não desanime, você irá alcançar tudo novamente principalmente sua auto-estima...um forte abraço e um beijo no fundo do seu coração...a.c.franco

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  2. Eni adorei conhecer um pouca da sua vida e trajetória também, fiquei muito comovido, porém quero lembrá-la que o "possivel" a gente resolve e deixe que "o impossível" só DEUS pode resolver.
    um abraço e um beijo no fundo do seu coração...a.c.franco

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