Uma clínica e um consultório foram apontados em sites como pontos de comercialização de medicamentos
Mais uma vez Ponta Grossa desponta, agora no cenário nacional, como rota de comercialização de medicamentos ilegais. Na manhã de ontem a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em um consultório e uma clínica na cidade. Ninguém foi preso, mas as investigações prosseguem para identificação dos envolvidos na venda de remédios contrabandeados, falsificados e até proibidos, em sites na internet, conforme o delegado da PF, Carlos Eduardo Sobral, que não divulgou mais detalhes sobre os inquéritos, para não atrapalhar as investigações. A Operação Virtua Pharma foi desenvolvida em oito estados e no Distrito Federal simultaneamente, resultado de seis meses de investigações. As ações foram instigadas por denúncias de internautas. Os agentes da PF monitoraram 40 sites que seriam usados para a comercialização dos medicamentos e confirmaram a prática criminosa em 36 deles.
Até a noite de ontem 11 pessoas haviam sido presas em flagrante, sendo três delas em Cascavel e uma em Maringá, além dois presos em Santa Catarina, mais dois em São Paulo, um no Distrito Federal, um no Ceará e outro no Rio Grande do Sul. "São remédios sem registro e com venda proibida e extremamente prejudiciais à saúde, pois conforme constatou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contém bactérias e pode causar desde alergias até óbito", alerta. A encomenda era feita via internet, o pagamento da droga por boleto ou depósito bancário, e a entrega pelos Correios. "Os responsáveis responderão por contrabando, Artigo 334, e crime contra a Saúde Pública, Artigo 273, crime hediondo cuja pena de reclusão varia de 10 a 15 anos", calcula.
Sobral destaca que não se trata de uma rede de comercialização, mas de crimes isolados. Além das prisões, foram apreendidas 507 caixas de abortivos, 128 caixas de anabolizantes, 450 caixas de medicamentos para disfunção erétil e 2,4 mil caixas de outros medicamentos. Esta foi a primeira operação nacional que a PF realizou em parceria com a Anvisa.
PG na rota estadual da receptação
No dia 22 de maio, ações do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) desarticulou esquema estadual de comercialização de remédios roubados.Foram apreendidas 100 caixas de medicamentos roubados e dois empresários continuam presos. O esquema da quadrilha envolvia criminosos de Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava, Ponta Grossa, Irati e Prudentópolis. O Gaeco já confirmou 10 roubos de cargas avaliadas em R$ 4 milhões. Já foram presas 15 pessoas, sete estão indiciadas em inquérito e seis integrantes já identificados estão foragidos.
Farmacêutico apresenta notas fiscais
Em nota divulgada ontem, através dos seus advogados, Osíres Antônio Pedro Biase, proprietário da Farmácia do Trabalhador, esclarece que não foi detido, mas que foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários estabelecimentos farmacêuticos, um deles na Farmácia do Trabalhador, onde foram encontradas quatro unidades de remédios sob suspeita de que fariam parte de um lote de medicamentos roubados. Osíres voluntariamente apresentou notas fiscais dos produtos apreendidos e, diante das provas, o empresário foi liberado no mesmo dia da operação policial. "Portanto o delegado do Gaeco equivocou-se em comentar que o empresário estaria indiciado por crime de receptação qualificada", diz a nota de esclarecimento enviada ao Jornal da Manhã.
fonte: jmnews.com.br
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