sexta-feira, agosto 07, 2009

Autores de golpe milionário encaram as vítimas na 13ª

Presos na sexta-feira da semana passada em Imbituva, na região dos Campos Gerais, João Ironei Nunes da Silva e Renilton Luiz Biscaia, autores de um golpe milionário, foram reconhecidos por mais um caminhoneiro, ontem, na 13ª SDP. A vítima é Eugênio Greszezen, residente em Prudentópolis, no interior do Paraná. “O primeiro se identificou pelo nome de Gilmar dos Santos e o segundo era o mecânico dele”, diz, referindo-se aos dois. Ao Diário dos Campos, Eugênio disse ter perdido o caminhão há mais de um ano e meio. Pensando estar fazendo um bom negócio, ele arrumou uma grande dor de cabeça. “Eu tinha um Ford trucado, ano 78, em ótimo estado, e trabalhava com ele. Era o sustento de minha família. Num determinado dia esse tal de João apareceu de repente lá em casa dizendo que tinha interesse em comprá-lo. O estranho é que o veículo não estava à venda e eu nem pretendia me desfazer dele”, comenta. Eugênio acabou sendo seduzido pela proposta de compra do veículo por R$ 35 mil – valor superior ao do mercado de usados – e fechou o negócio. “Ele (o João) me deu cheque da Kaiser de Ponta Grossa no valor de R$ 35,6 mil. Nem se preocupou com o troco, dizendo que outra hora voltava para pegá-lo. Quando eu fui ao banco para pegar o dinheiro, o caixa falou que o cheque era falso. Daí fiquei desesperado”, revela. Durante a entrevista, o caminhoneiro quase chorou. De acordo o investigador José Carlos Vargas, chefe da Seção de Furtos e Roubos, João Ironei e Renilton já foram identificados por pelo menos 30 vítimas. O golpe aplicado por eles pode chegar a R$ 1 milhão, com mais de 100 pessoas lesadas. “Eles estavam atuando há mais de seis anos no Paraná e em cidades de outros estados. Prosseguimos com as investigações e pedimos para que as vítimas nos procurem para denunciá-los”, assinala. Ontem, à tarde, novas denúncias contra os estelionatários chegaram ao conhecimento da 13ª SDP. Segundo o delegado Jairo Luiz Duarte de Camargo, responsável pelo flagrante dos acusados, golpes aconteceram também nas cidades de Piên e Jataizinho, no Paraná. A polícia dessas duas cidades tem interesse em interrogá-los. “Na realidade, só em Ponta Grossa, temos 16 casos confirmados”, frisa. Morador em Ortigueira, João Ironei é apontado como o chefe do grupo e responsável pela adulteração dos cheques. Ele também se identificava pelos nomes de Rodinei Jorge Taquete ou Gilmar dos Santos, usados para assinar as folhas. Renilton é mecânico e reside na Fazenda Rio Grande, na região Metropolitana de Curitiba.
João Ironei confidenciou ao Diário dos Campos que todos os caminhões adquiridos de forma criminosa, por meio de estelionato, foram levados ao Paraguai e revendidos. Essa informação, contudo, é rebatida pelos policiais. “O Paraguai não era o único destino final desses veículos. No último fim de semana, no prosseguimento das apurações, levantamos que alguns deles rodaram no estado de São Paulo e estão com multas”, comenta Vargas.

DC

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